sábado, 26 de maio de 2012

Cheirinho de carro novo

Foi o que disse (ou tuitou) o astronauta Don Pettit, assim que entrou na cápsula Dragon, atracada à estação espacial ISS. Não deixa de ser uma imagem simples de um momento interessantíssimo da exploração espacial. Parece que estamos presenciando o primeiro rascunho daquela velha ideia da FC norte-americana em especial, que encara o espaço como a última fronteira, uma versão mais sofisticada do velho oeste (leia o ótimo artigo de Roberto de Souza Causo n'O Bule: Me Dá Uma Para Viver,que aborda esse e outros assuntos), desbravado pela iniciativa privada. O anúncio também recente da Planetary Resources e sua ambição de minerar asteroides reforça ainda mais esta impressão e já fez muita gente imaginar um futuro com naves como a Nostromo (de preferência, sem passageiros extras) flutuando por aí.
E, claro, há quem recorra ao discurso óbvio da ineficiência e natureza paquidérmica do estado frente a agilidade e necessidade essencial da iniciativa privada em fazer mais rápido e mais barato. Não é tão simples assim, como mostra Carlos Orsi no artigo O voo do Dragão, mas nem por isso é menos empolgante, claro. O sucesso da SpaceX certamente atrairá competidores, ávidos por milionários contratos com estados e outras empresas privadas. É bastante provável que, nas próximas décadas, a corrida espacial (ao menos aquela envolvida com o espaço próximo a Terra) seja protagonizada por estas empresas. E talvez, assim, a NASA possa se dedicar a suas pesquisas científicas com sondas e telescópios cada vez mais avançados, que custam bem menos do que projetar e lançar veículos de transporte de carga e astronautas.
Aliás, agora todos estão a espera do próximo passo: levar e trazer astronautas em uma destas cápsulas privadas.

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